Conheça o design biofílico, estilo que busca inserir elementos naturais nos ambientes
Na hora de decorar ou planejar um ambiente, é muito importante prezar por elementos que irão trazer uma sensação de bem-estar, paz e conforto. Uma das principais formas de originar esses sentimentos é reconectando os espaços urbanos com a natureza. Na arquitetura, a presença dos elementos naturais nos espaços é chamada de biofilia.
Originada do grego, a palavra biofilia vem dos termos vida (bio) e amor (philia), e se relaciona ao amor à natureza. O conceito foi popularizado pelo ecólogo americano Edward O. Wilson, autor do livro “Biofilia”, lançado originalmente em 1984.
O autor afirmou, em sua obra, que o ser humano tinha um desejo inato e instintivo de estar presente com a natureza, já que a maior parte da sua história foi vivida ao lado da fauna e flora. Esse pertencimento, então, influenciaria positivamente a saúde mental do homem.
O design biofílico, portanto, é a tentativa de melhorar esse ambiente com elementos naturais. “A biofilia é uma forma de incluir elementos da natureza nos espaços, fazendo com que assim tenhamos um ambiente mais saudável e que possamos viver com mais saúde”, explica Luana Silveira, arquiteta da GrOwT Projetos e Incorporação.
A especialista detalha que a arquitetura biofílica busca uma forma de resgatar ambientes naturais, trazendo-os para locais construídos e satisfazendo a necessidade do ser humano de estar associado à natureza.
Entre os benefícios, estão um ambiente mais confortável e saudável, diminuindo o estresse e o cansaço. “Algumas pesquisas apontam que o contato com a natureza também influencia no desenvolvimento das crianças, podendo até diminuir distúrbios de déficit de atenção e estimulando o aprendizado, interação social e imaginação”, reflete Silveira.
Se esse estilo é tão benéfico para a saúde mental, como incorporá-lo? Existem diversas formas de fazer isso, como o uso de luz e ventilação natural, de telhados verdes, jardins verticais e na criação de espaços ao ar livre.
“Os projetos de arquitetura biofílica têm como elementos de fundamental importância a presença de ventilação e iluminação natural, de vegetação mesmo em ambientes internos, presença de água, cores, texturas e padrões que remetam a materiais naturais e emprego de recursos sustentáveis”, afirma a arquiteta da PB Arquitetura, Priscila Tressino.
Em ambientes mais compactos, uma boa forma de iniciar esse processo é com o cuidado de vasos. “O vaso é o caminho mais simples e fácil para isso, pois existe uma variedade gigante de tamanhos, formatos e cores para se adequar à qualquer ambiente, de qualquer estilo. Existem vasos para qualquer tipo de planta”, aconselha Silvana Novaes, diretora da VASART, empresa especializada em vasos leves.
Plantas como jibóia, pleomele, filodendro, costela de adão, clusia, samambaia e lírio da paz são as preferidas dos designers e arquitetos. Priscila aponta o motivo: a maioria das espécies utilizadas são de clima tropical, próprias de meia sombra ou sombra, desta forma, resistentes a ambientes internos. Entre os materiais naturais, bambu, madeira e pedra são as principais opções.
E para quem deseja inserir a natureza no próprio lar, Luana Silveira aconselha a começar com pequenas mudanças, “como mudar a cor de uma parede utilizando cores mais comuns na natureza, como verde, marrom e tons terrosos, incluir plantas no local, utilizar móveis com formas mais orgânicas e adicionar formas da natureza em pequenos detalhes, como por exemplo em estampas de almofadas.” Inserir o elemento água no ambiente com o uso de fontes ou aquários também é uma ótima forma de incluir o design biofílico.
Comprar um vaso também é um bom começo, já que as plantas recomendadas não exigem tantos cuidados ou sol. “É a forma mais simples de criar a conexão para aumentar o bem estar e consequentemente aumentar a coleção de plantinhas se conectando mais com a natureza”, diz Silvana Novaes.