Má higienização da pele e escolha inadequada dos produtos são apenas alguns fatores que podem prejudicar a eficácia dos cosméticos.
Após uma extensa pesquisa, você finalmente conseguiu comprar aqueles cosméticos que tanto queria e montar a rotina skincare perfeita. Mas, após algumas semanas cuidando religiosamente da pele, notou que os produtos não estavam conferindo o efeito desejado. Nesses casos, é normal ficarmos frustrados e colocarmos a culpa na formulação ou na empresa responsável pelo produto.
Porém, existe uma série de fatores que podem interferir no funcionamento adequado dos cosméticos e prejudicar sua eficácia. Para ajudar com esse problema, reunimos um time de especialistas que apontaram as principais razões pelas quais um cosmético pode não funcionar como esperado.
1 – Sua pele não está devidamente limpa
Ao entrar em contato com a pele, um ingrediente cosmético enfrenta vários obstáculos que podem impedir que penetre no tecido cutâneo e funcione adequadamente, como impurezas e a própria camada mais superficial da pele, que atua como uma barreira. “Por isso, a limpeza diária da pele é indispensável para remover resíduos que podem impedir que o hidratante penetre de forma adequada e exerça a ação esperada”, diz a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Essa higiene diária deve ser feita com sabonetes específicos para o seu tipo de pele. É interessante apostar também em uma limpeza em consultório para garantir que a pele esteja realmente limpa.
2 – Você não esfolia sua pele
Outra estratégia para garantir que os produtos penetrem adequadamente na pele é investir na esfoliação. “Além de renovar a aparência da pele, tornando-a mais suave e luminosa, o esfoliante, ao remover as células mortas da superfície da pele, aumenta a eficácia dos cosméticos que serão aplicados em seguida”, explica a dermatologista Lilian Brasileiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
3 – A composição do produto não é adequada
É importante prestar atenção também se os ativos utilizados na fórmula são realmente capazes de ultrapassar as camadas da pele e alcançar o alvo. “O consumidor precisa estar atento a fórmulas que, além de contarem com ativos anti-idade e antioxidantes, por exemplo, possuam mecanismos que permitam que os princípios ativos atinjam o local desejado. Um exemplo é a nanotecnologia, pois, quanto menor for o tamanho da molécula, melhor será a absorção do ativo e, consequentemente, maior será sua eficácia”, destaca a farmacêutica Maria Eugênia Ayres, gerente técnica da Biotec Dermocosméticos.
É interessante procurar também por produtos formulados com ativos vetorizados pela molécula de silício orgânico, também conhecida como silanol. “Ativos vetorizados em silício tem permeação e resultados potencializados, pois penetram mais facilmente no estrato córneo, que é a camada mais externa da pele e funciona como uma barreira protetora”.
4 – O produto está vencido
Caso o produto não esteja funcionando como deveria, vale checar se ele ainda está dentro da validade. “O prazo de validade é fundamental para garantir a efetividade de um produto. Um cosmético clareador vencido pode perder sua capacidade de clarear, assim como um protetor solar vencido pode deixar de proteger adequadamente contra os raios solares. Além disso, produtos fora da validade podem causar intolerâncias, reações alérgicas e até mesmo infecções”, comenta Maria Eugênia Ayres.
5 – Os produtos não são adequados para o seu tipo de pele
Cada pele é única, com características e necessidades específicas. E, para garantir a eficácia da rotina skincare, os cosméticos devem suprir essas necessidades. “Enquanto pessoas com pele seca, por exemplo, devem optar por cosméticos formulados com veículos mais ‘pesados’, como cremes, aqueles que possuem a pele mais oleosa ou acneica devem dar preferência para produtos mais fluidos, em gel ou gel-creme”, aconselha Paola.
Ter noções básicas sobre as indicações dos principais ativos do mercado cosmético também é importante. “Se o objetivo é controlar a oleosidade da pele, é interessante optar por produtos com ingredientes como zinco, extrato de alecrim, ácido mandélico e ácido salicílico. Já para hidratar a pele seca, grandes coringas incluem a vitamina E, esqualano, aquaporinas, coenzima Q10 e D-pantenol”, afirma Lilian Brasileiro. Na dúvida, é importante consultar o dermatologista para receber recomendações específicas para você.
6 – Sua rotina skincare precisa ser adaptada
As necessidades da pele mudam de tempos em tempos, o que pode acontecer com o passar dos anos, devido à idade, ou até mesmo de um mês para o outro, devido às mudanças climáticas de cada estação. “No inverno, a pele fica naturalmente mais seca por conta do frio, baixa umidade, banhos quentes e ventos constantes. Então, temos que adequar os produtos do necessaire a esse novo momento, procurando por cosméticos com maior capacidade hidratante que privilegiem a pele nessa estação”, recomenda Paola.
Não basta consultar o dermatologista apenas uma vez para descobrir uma rotina skincare que será utilizada por toda vida. O ideal é que essas visitas ao médico sejam realizadas regularmente para que os produtos estejam sempre alinhados com as suas necessidades.
7 – Suas expectativas são irreais
Por mais eficaz que um cosmético possa ser, é preciso lembrar que eles são apenas isso: cosméticos. Logo, sua ação é limitada. Então, é preciso alinhar suas expectativas com o que realmente é possível com a rotina de skincare e, caso você deseje resultados mais expressivos, o ideal é apostar nos procedimentos estéticos. Por exemplo, os injetáveis são excelentes opções para dar fim às rugas, com destaque para a famosa toxina botulínica.
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“O botox é um neuromodulador que funciona como um ‘relaxante muscular seletivo’ para reduzir as rugas dinâmicas do movimento, pois essa proteína paralisa temporariamente os músculos”, explica Lilian. Já para quem deseja um rejuvenescimento mais significativo, é possível optar por microagulhas e lasers. Por fim, em casos em que há flacidez significativa, a melhor opção são as cirurgias plásticas.