Grande parte delas são feitas com ingredientes naturais, que possuem propriedades positivas se ingeridos, mas nem sempre podem ser usados diretamente na pele
No mundo da beleza e cuidados pessoais, a busca por uma pele hidratada, radiante e saudável é uma das principais preocupações de muita gente. Com o apelo das soluções naturais, as receitas caseiras de máscaras faciais que prometem hidratá-la ganharam popularidade. No entanto, é essencial entender os riscos e benefícios associados a esses tratamentos, a fim de fazer escolhas para a saúde e bem-estar da face.
Segundo o biomédico mineiro, fisioterapeuta dermatofuncional e mestre em Medicina Estética, Thiago Martins, grande parte delas são feitas com ingredientes naturais, tais como mel, iogurte, aveia, abacate e óleos vegetais, que possuem propriedades muito positivas para o corpo se ingeridos, mas nem sempre podem ser utilizados diretamente na pele.
“Alguns desses elementos utilizados nas máscaras caseiras possuem propriedades hidratantes, que podem ajudar a reter a umidade na pele, aliviar a sensação de ressecamento e melhorar a aparência geral.”
Como é o caso da feita com mel, conhecida devido às suas propriedades naturais, nutritivas, antibacterianas, antimicrobianas, anti-inflamatória e antioxidantes. “O mel é rico em flavonoides e sucos fenólicos, que ajudam a neutralizar os radicais livres na pele, ajudando a protegê-la contra os seus danos e retardando o processo de envelhecimento. Mas ao mesmo tempo, deve ser evitada por pessoas alérgicas, por aqueles que possuem pele extremamente sensível ou que estejam com feridas abertas ou cortes.
A aveia, segundo o profissional apesar de ser um superalimento, não consegue clarear a pele e pode, por ser uma substância bruta, causar irritação na face. Já a de abacate, considerada segura e aprovada para a maioria das pessoas, em algumas situações específicas podem resultar em malefícios para a pele. “Ela pode causar alergias como vermelhidão e erupções cutâneas e pode ser comedogênico, podendo obstruir os poros e levar ao desenvolvimento de acne ou cravos, em determinados casos.”
Além das reações alérgicas, o profissional comenta que as máscaras caseiras, apesar de práticas, podem ter uma vida útil mais curta em comparação com os produtos comerciais e podem estar sujeitas a contaminação bacteriana ou fúngica se não forem mantidas e utilizadas corretamente. “Temos também o fato da incompatibilidade com certas condições de pele, como a acne, eczema ou rosácea. Em alguns casos, certos ingredientes podem agravar essas condições.”
Um outro fator que merece atenção é com relação à eficácia das máscaras faciais caseiras em termos de hidratação e resultados a longo prazo. “Elas podem variar de pessoa para pessoa, e nem todos os ingredientes podem penetrar profundamente na pele.”
O que há no mercado
Thiago Martins recomenda que, antes de experimentar qualquer máscara facial caseira, é aconselhável consultar um especialista na área da estética para determinar quais ingredientes são mais adequados para cada tipo de pele e possíveis condições específicas.
“Embora as máscaras caseiras possam ser uma opção econômica e acessível para muitas pessoas, aquelas produzidas pela indústria de cosméticos oferecem várias vantagens que podem justificar a preferência por elas.”
Thiago pondera, por exemplo, o fato de elas passarem por extensas pesquisas e testes antes de chegarem ao mercado. “As empresas de cosméticos investem recursos em pesquisa e desenvolvimento para criar formulações eficazes e seguras com base em estudos científicos e, geralmente contêm ingredientes comprovadamente seguros para a pele. As concentrações dos ingredientes ativos são cuidadosamente equilibradas para fornecer resultados consistentes e minimizar os riscos de reações alérgicas.”
Elas, segundo o mestre em Medicina Estética, podem conter tecnologias avançadas, como encapsulamento de ingredientes, que ajudam a entregar os benefícios dos ativos na camada certa da pele, garantindo uma ação mais eficaz. “Não podemos deixar de falar sobre o fato de serem formuladas para atender às necessidades específicas de diferentes tipos de pele, oferecendo soluções direcionadas para problemas comuns, como acne, desidratação, envelhecimento etc., além de estarem disponíveis em embalagens adequadas que ajudam a manter a estabilidade dos ingredientes e garantem a eficácia do produto ao longo do tempo.”
São especialistas da área que, de acordo com Thiago, trabalham afinco e durante muito tempo no desenvolvimento desses produtos, fazendo inúmeros testes até conseguirem chegar nos melhores resultados, com informações e orientações específicas sobre o seu uso adequado.
Ativos
Entre os principais ativos que merecem atenção na escolha da máscara facial, o biomédico cita:
O ácido Hialurônico por ser um hidratante que ajuda a reter a umidade na pele, proporcionando mais firmeza.
Antioxidantes como a vitamina C, E, extratos de vitamina de chá verde, resveratrol etc.), por protegerem a pele contra os danos causados pelos radicais livres e ajudarem a prevenir o envelhecimento precoce.
Peptídeos, responsáveis por estimular a produção de colágeno e elastina na pele, estimulando a força e elasticidade.
Retinol (Vitamina A), um ingrediente anti-idade que ajuda a reduzir rugas, linhas finas e estimular a renovação celular.
Niacinamida, que atua melhorando a textura da pele e ajudando a controlar a produção de óleo.
Extratos botânicos (como camomila, aloe vera, calêndula etc.), já que possuem propriedades calmantes e anti-inflamatórias, satisfatórios para peles sensíveis e irritadas.